domingo, 12 de agosto de 2018

MORRE A COMPOSITORA VÂNIA DANTAS LEITE



Morreu neste sábado a compositora, pianista e regente carioca Vânia Dantas Leite. Leite foi uma das pioneiras no Brasil da música eletroacústica (fusão da música concreta e da música eletrônica). A compositora nasceu no Rio de Janeiro, em 13/08/1945 e lutava contra um câncer.

A compositora recebeu o 1º lugar no Concurso Nacional de Composição, o 3º lugar no Concurso Internacional de Regência dedicado às obras de W. A. Mozart, o prêmio Programa de Bolsas RioArte  e um Prêmio da Rockefeller Foundation. Integrou o quadro de professores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, onde criou a disciplina Música Eletroacústica e o Estúdio de Música Eletroacústica do Instituto Villa-Lobos, contribuindo para a formação de muitos de nossos jovens compositores. Entre suas atividades no exterior, destacam-se participações em congressos, concertos e festivais, como Sonidos de las Américas no Teatro do Carnegie Hall, New York (1996) e EMS09 International Conference, Buenos Aires.". 

Apresentamos em homenagem a sua memória, uma de suas últimas obras estreada pelo Abstrai Emsemble na Biena de Música Contemporânea do Rio de Janeiro.




O título Memórias Abstratas e Abstraídas (obra em estreia mundial, encomendada pela Funarte em 2012) procura descrever o processo composicional da obra. A inspiração vem do texto de S. Emmerson, intitulado The relation of language to materials, onde os termos sintaxe abstrata e sintaxe abstraída referem-se a dois princípios básicos de organização da linguagem musical: a criação e manipulação de formas criadas abstratamente. 

A intenção desta obra foi confrontar dois processos composicionais, aqui representados pelas duas partes que a compõem: a primeira, instrumental, e a segunda, eletroacústica. Ainda, com relação ao termo memórias, a peça cita dois trechos do repertório musical tradicional: o primeiro no piano (39 primeiros compassos da Burlesque I, de Bela Bartók) e o segundo no tímpano (fragmento do segundo movimento da Sinfonia no 9, de Beethoven).

ABSTRAI ensemble:

flauta Pauxy Gentil-Nunes - pauxygnunes@gmail.com ,pauxy@uol.com.br
clarineta José Batista Jr. - batistajunior@hotmail.com
sax Pedro Bittencourt - contact@pedrobittencourt.info
contrabaixo Alexandre Brasil - alexandre.alexbrasa@gmail.com
piano Katia Baloussier - kballoussier@gmail.com
percussão Daniel Serale - serale@hotmail.com
percussão Tiago Calderano - tiagocalderano@hotmail.com
difusão Vania Dantas Leite - vaniadantasleite@gmail.com
regente Cinthia Alireti - cinthiaalireti@gmail.com
direção artística Pedro Bittencourt - contact@pedrobittencourt.info

Fonte e vídeo: FUNARTE

sábado, 27 de janeiro de 2018

CLÁSSICOS BRASILEIROS NO YOUTUBE

O site americano de compartilhamento de vídeos, YouTube tornou-se um dos grandes divulgadores de música clássica no mundo. Se antes, tínhamos acesso a um número limitado de músicas, agora temos um bom número de gravações de compositores que não chamaram a atenção das gravadoras de música clássica.

Solistas, grupos e orquestras aprenderam a utilizar esse meio para divulgar seus recitais e concertos e, principalmente, a música erudita brasileira, que sempre foi negligenciada pelas orquestras do país. Aos poucos, parte desse legado vem sendo redescoberto e gravado em vídeo e publicado nos canais do YouTube. 

Cremos que há muitas lacunas importantes em todos os períodos da nossa música, que precisam ser corrigidas: desde o Colonial até a produção recente. Até Villa-Lobos, nosso mais conhecido compositor, não encontramos algumas obras que são importantes em seu catálogo. 

A Academia Brasileira de Música (ABM), sabendo do seu papel, criou um canal no YouTube que tem ajudado divulgar as obras dos seus acadêmicos. Nesse sentido, tivemos a oportunidade de ver e ouvir a rara e bela Sinfonia nº2 de Oscar Lorenzo Fernandez, uma verdadeira obra prima do compositor carioca que foi negligenciada. 




A Cia Bachiana Brasileira dirigida pelo maestro Ricardo Rocha desde a sua criação privilegia o repertório nacional e contemporâneo em geral. 


OSESP DISPONIBILIZA GRAVAÇÕES DE COMPOSITORES BRASILEIROS (GRATUITAMENTE)



O selo OSESP Digital disponibiliza no site oficial da orquestra gravações de música erudita brasileira. O download é gratuito e traz obras de Camargo Guarnieri, Henrique Oswald, Gilberto Mendes, Brenno Blauth, e Padre José Maurício.

Destacamos o CD com obras do paulistano Mozart Camargo Guarnieri:

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO







Abertura Concertante
Neil Thomsom regente

Concerto nº 4 Para Piano e Orquestra
Markus Stenz regente
Paulo Álvares piano

Para fazer acessar a página da OSESP e iniciar o donwload clique aqui!

Para conhecer os outros títulos clique aqui!

domingo, 21 de janeiro de 2018

VIOLONISTA ALVARO HENRIQUE TOCA CONCERTO DE CALIMÉRIO SOARES NA FINLÂNDIA

Alvaro Henrique - Foto de Pedro França
O violonista Alvaro Henrique publicou na sua página do Facebook um vídeo sobre os concertos que fará no final deste mês e no início de fevereiro na Finlândia. 

No dia 30 de janeiro, Henrique será o solista do belo concerto para violão, sopros, metais e percussão do também brasileiro, Calimério Soares, com a Orquestra da Cidade de Kemi dirigida pelo maestro Ville Mankkinen. O concerto será repetido no dia 2 de fevereiro às 19h, desta vez no Akustiikka em Ylivieska.

No dia 8 de fevereiro, às 19h, Alvaro Henrique ministrará uma masterclass e um recital no Raahesaali, em Raahe.

Segundo o currículo que está seu no site oficial do músico, Alvaro Henrique é bacharel em violão pela Universidade de São Paulo (USP), possui diploma de Kunstliche Ausbildung pela Hochschule für Musik Nürnberg (Alemanha) e é mestre em música pela Universidade de Brasília.

Entre seus principais professores estão Franz Halasz, Alvise Migotto, Bohumil Med e Zilmar Gustavo Costa. 

Henrique particiou de dezenas de masterclasses com músicos de destaque internacional como o: Duo Odair e Sérgio Assad, Leo Brouwer, Judicaël Perroy, Michael Lewin, Jakob Lindberg, Pavel Stedl e Ricardo Gallen. Possui experiência em outras práticas musicais (oboé, regência, composição) e a conviveu com músicos em diversos festivais, congressos e eventos

Já o compositor mineiro, Calimério Soares (*22/6/1944+22/6/2011) iniciou seus estudos em São Sebastião do Paraíso e depois no Conservatório Musical de Ribeirão Preto. Foi graduado em piano, mas escreveu muitos artigos sobre o órgão e o cravo. 

Em 1996, recebeu o título de Doutor em Música (composição) pela Universidade de Leeds, Reino Unido, onde estudou com Philip Wilby, David Cooper e Julian Rushton. [1]

Suas composições têm sido executadas e gravadas por renomados intérpretes tanto no Brasil como também em vários países da Europa, das Américas, Ásia e Oceania, destacando-se participações na XII Bienal de Música Brasileira Contemporânea (Rio de Janeiro, 1997), no World Music Days/ISCM (Moldávia, 1999), no VII ENCOMPOR (Porto Alegre, 2001), no 4º Encontro de Compositores e Intérpretes Latino Americanos (Belo Horizonte, 2002), na XV Bienal de Música Brasileira Contemporânea (Rio de Janeiro, 2003), no 2nd Annual Festival of New Organ Music (Londres/Inglaterra, 2007) e na XVII Bienal de Música Brasileira Contemporânea (Rio de Janeiro, 2007) [2]

A partitura do concertino de Soares pode ser encontrada no banco de partituras da Academia Brasileira de Música (ABM) nesse link.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

MARCEL CASTRO LIMA É O VENCEDOR DO 3º CONCURSO DE COMPOSIÇÃO PROMOVIDO PELA FILARMÔNICA DE GOIÁS


A Orquestra Filarmônica de Goiás divulgou hoje, a obra vencedora do "3º Concurso de Composição Opus 1". A obra sinfônica "Fantasia Acadêmica" do jovem compositor carioca Marcel Macedo de Castro Lima foi a escolhida e pelo regulamento será executada na temporada de 2018 da OFG!

Castro-Lima, segundo o seu currículo, é Bacharel em Regência Orquestral pela Escola de Música da UFRJ, onde teve a orientação do Maestro Ernani Aguiar. Estudou violão com o professor Paulo Pedrassoli, clarinete com o professor Cristiano Alves, piano com o professor Jacob Herzog, regência de coro com o professor Tobias Volkmann e regência de banda com o professor Marcelo Jardim. 

Se apresentou como regente a frente da orquestra sinfônica, banda, coro e grupo de metais da UFRJ. Como regente, concentrou-se no repertório de compositores contemporâneos como, Ernani Aguiar, Roberto Macedo, Murillo Santos, Yuenhing Yau, Liduino Pitombeira, e Felipe de Matos Rocha.

Exerceu a atividade de monitor da orquestra de sopros da UFRJ durante três anos, onde tinha a função de arquivista e montador além de realizar ensaios e apresentações com o grupo. 

Mestre em composição pela UFRJ sob orientação do compositor Liduino Pitombeira, onde publicou diversos artigos em congressos e compôs e regeu a obra Suite nº1, para orquestra de sopros. 

Em 2016 foi premiado com o primeiro lugar no Concurso Nacional de Composição, promovido pela Escola de Música da UFRJ com sua obra sinfônica Díptico: Duas Igrejas de São Francisco de Assis. Sua obra inclui peças para orquestra sinfônica, orquestra de sopros, concerto para clarinete, quinteto de sopros, quarteto de cordas, quinteto de metais, trio de madeiras, tuba e piano e instrumentos solistas.

Filiação musical

Pelo que pudemos ouvir de sua música e pelos mestres que o orientaram, podemos filiar a atual produção de Castro-Lima dentro da música de caráter nacional, ou seja, o autor utiliza-se das constâncias da música brasileira folclórica e popular nas suas composições à maneira de Guarnieri ou da chamada "fase de inconsciente nacional" profetizada por Mario de Andrade e testada por Guerra-Peixe em suas últimas obras. Tudo isso sempre com uma abordagem bastante atual, que não ignora técnicas musicais típicas do século XX.

Interessantíssimo o artigo: "Modelagem sistêmica dos Ponteios nº21, 23 e 25, de Camargo Guarnieri " escrito sob orientação Liduíno Pitombeira e que lhe garantiu o mestrado em 2015.

Segundo o autor, "o Sistema Composicional [modelagem sistêmica] a que chegamos através da análise servirá posteriormente à composição de novas obras, que guardarão com a obra original semelhanças estruturais profundas. Isso significa que o Sistema Composicional resultante da Modelagem Sistêmica deve ser capaz de descrever tanto a obra original como as novas obras. " Clique aqui para ler o artigo em PDF.


por Graan Barros