segunda-feira, 20 de junho de 2016

MÚSICA BRASILEIRA POR MÚSICOS ESTRANGEIROS - VLADIMIR GAPONTSEV


O violonista russo, Vladimir Gapontsev, nasceu em 1985, na cidade de Volzhskiy. Sua formação musical foi iniciada quando ele tinha apenas 11 anos de idade, na Escola Municipal de Artes de Volgograd. Depois, ingressou no Instituto Municipal de Artes P. A. Serebryakov, também em Volgograd, para estudar na classe de violão de S. Matokhin. 

Atualmente, reside em Moscou, onde faz pós-graduação no Conservatório do Estado de Kazan, na classe do professor de Vitaliy Kharisov.

Nos seus vídeos publicados no Youtube, observamos o interesse de Gapontsev pela música brasileira escrita para o instrumento. São obras que vão de Guerra-Peixe a Harry Crowl.











Fontes:

Facebook

владимир гапонцев

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

NINGUÉM MAIS QUER OUVIR MÚSICA...


...que dure mais do que 5 minutos. Na música popular essa afirmação é um fato, mas na música erudita não era. Sentar na poltrona de uma sala de concerto e escutar em silêncio uma sinfonia que dura 30, 40 minutos sempre foi um prazer para quem gosta desse tipo de música. Porém, o imediatismo dos séculos XX e XXI está fazendo esse hábito mudar. Parece que o limite de uma escuta atenta diminuiu. Estamos todos desenvolvendo “déficit de atenção” musical.

Como o leitor pode observar nos artigos do blog, nunca me dediquei somente ao repertório clássico e romântico, que possui composições de longa duração, mas a música atual. No caso do século XX, algumas escolas de composição como a serial, geraram peças de duração muito curta, compactas. Isso, por imposição da própria técnica.
  
De qualquer forma, venho acompanhando os regulamentos de concursos de composição que vêm sendo realizados no Brasil que são pouquíssimos e no exterior e cheguei a seguinte conclusão: há 20 anos era exigido que se compusesse obras com no máximo 15 ou 20 minutos. Hoje, vejo que a exigência é para obras com duração de no máximo 10 minutos ou até, em alguns casos, 7 minutos. O “tagarela” do Mahler não teria se criado no século atual. 

Por Graan Barros

sábado, 2 de janeiro de 2016

HOMENAGEM A GILBERTO MENDES "IN MEMORIAM"



Morreu ontem, com 93 anos de idade, o compositor Gilberto Mendes. Santista ferrenho, não só pela sua cidade natal, mas também pelo time que torcia, Mendes deixou uma obra provocadora. Foi autor de obras com títulos curiosos como a música coral: "Beba Coca Cola", a obra para grupo de câmara: "Ulysses em Copacabana Surfando com James Joyce e Dorothy Lamour" ou a Santos Football Music onde usou uma orquestra sinfônica e sons pré-gravados de um partida do seu querido Santos, etc.


Lembro de ter assistido um concerto com a obra Santos Foootball Music. A execução foi na Sala Cecília Meireles no Rio de janeiro com a OSN-UFF regida pela Lígia Amadio e com a participação de Tim Rescala. Pena que o público, que tem participação essencial  na composição, não entendeu o espírito da obra e se mostrou tímido em sua participação. Nem parecia que estávamos no século XX, que se apregoa tanto a interatividade!

Por Graan Barros




ENTREATO DODECAFÔNICO



A vinda do professor alemão Koellreutter ao Brasil para ensinar a técnica de composição conhecida como dodecafonismo interrompeu, de certa forma, a zona de conforto que vivia a composição brasileira. O nacionalismo sólido de Villa-Lobos, Guarnieri e Mignone era reconhecido nacional e internacionalmente, mas o que se fazia na Europa da época não encontrava espaço nos meios acadêmicos brasileiros.

O termo "Entreato dodecafônico" que usei como título da postagem também é o título de um dos capítulos do livro de Vasco Mariz, "A história da música no Brasil.  Entreato, porque a vinda do professor Koellreutter ao Brasil fechou o "ato" em que prevalecia a estética de composição nacionalista. Ao inserir o "ingrediente serial" na composição dos nossos músicos, Koellreuter, porém, o fez de forma tardia, pois o dodecafonismo foi vanguarda musical nos anos de 1920 na Europa e já estávamos nos anos de 1940.

Esse foi um dos momentos mais ricos da nossa história musical, mas paradoxalmente, também um dos menos analisados e discutidos. Então, a pequena entrevista que o acadêmico Flávio Silva concedeu a maestrina Lígia Amadio deve ser vista com grande interesse pelo público que quer conhecer a música brasileira com mais profundidade.

Por Graan Barros